Percussionista da Nação Zumbi e um dos fundadores do Sheik Tosado, Gustavo Da Lua agora investe na carreira solo. O músico lança na sexta-feira seu primeiro álbum no Da Leoni, em São Paulo.

O trabalho intitulado RADIANTESUINGABRUTOAMOR tem participações de Rodrigo Brandão, Pupillo, Dengue, Fernando Catatau, Lira, João do Chelo, Jorge Du Peixe, Juliano Holanda, Toca Ogan, entre outros.

Em entrevista ao Virgula Música por e-mail, Da Lua fala que se sente conformável com o rótulo de pós-mangue, cita Wilson das Neves como um modelo de artista e comenta uma certa veia Roberto Carlos de algumas de suas músicas.

“Nesse mundo violento, egoísta e agressivo, fica fácil de acreditar que amar é uma vergonha, tolice, bobagem, piegas, isso ou aquilo. Mas eu não penso assim, tento apenas falar de amor e sentimentos de um jeito espontâneo, que mostre pras pessoas que a gente tem que ser feliz. Pra nós, cabra macho é todo mundo que sente e se entrega, sem vergonha ou cerimônia”, argumenta. Leia a seguir:

Muitos projetos solos de cantores vem surgindo nos últimos tempos, alguns até com artistas que vieram de bandas ou projetos, podemos citar Wado, Leó Cavalcanti, Siba, Lirinha, Tatá Aeroplano, Criolo, Cícero, Jeneci, Juliano Gauche, Curumin Bruno Souto… Crê que seja algo de nossa época, que existe alguma coisa no ar?

Cara, esse é o caminho natural, é o traço que a música proporciona e acho que é muito importante. Porque ter um trabalho em grupo alimenta, exercita, dá maturidade, fluidez, oxigena o cara.

O Wilson das Neves por exemplo, sempre teve o trabalho dele, compondo, cantando e sempre está pronto pra tocar bateria. Um projeto paralelo abre ainda mais a mente, porque você escuta outras coisas, toca com gente diferente, começa tudo do zero. Isso é muito rico, fundamental para o músico e para o público.

Quais são as vantagens e desvantagens entre o trabalho com banda e o do artista solo?

Em uma banda, se você é o ritmista, é o cara que responde por isso. A turma da melodia, cuida da melodia. E óbvio, no fim, a coisa soa bem pra todo mundo. Quando você faz um trabalho de composição, cria a levada e depois mostra para a banda, você aumentou seu círculo de atuação, já pensou na linha melódica, já encaixou a letra. Ou seja, a gestação é mais demorada, você fica mais tempo sozinho.

No release do seu álbum, Xico Sá diz que ele é uma manifestação amorosa em tempos de homens frouxos. É preciso ser “cabra macho” para falar de amor sem medo de soar piegas?

Nesse mundo violento, egoísta e agressivo, fica fácil de acreditar que amar é uma vergonha, tolice, bobagem, piegas, isso ou aquilo. Mas eu não penso assim, tento apenas falar de amor e sentimentos de um jeito espontâneo, que mostre pras pessoas que a gente tem que ser feliz. Pra nós, cabra macho é todo mundo que sente e se entrega, sem vergonha ou cerimônia.

Quem você acha musicalmente relevante hoje?

Todo mundo que faz música de verdade, sem se preocupar com rótulo ou estilo. Daí cabe a gente gostar, achar bom ou ruim. Mas o espaço existe, de Roberto Carlos a Miles Davis, passando por David Holmes, Beastie Boys, Reginaldo Rossi, Congotronics, Golden Boys e os Brasas, Cidadão Instigado, Siba e por aí vai.

Se considera pós-mangue, vê condições de surgir um novo mangue beat?

Sou pós-mangue, sim. Fundei o Sheik Tosado com o China em 1996, no auge do Afrociberdelia e saímos de Recife por conta do estrondo causado pelo manifesto. E o movimento é constante, pode acontecer em muitos lugares, o tempo todo. Pode vir da música, do cinema, da moda… a referência é boa.

SERVIÇO

Gustavo Da Lua, lançamento de RADIANTESUINGABRUTOAMOR, no Da Leoni

Quando: Sexta (25), à 1h
Quanto: entrada: R$ 30,00 ou R$ 60 (consumação)
Lista de Desconto: R$ 25,00 ou R$ 50 (consumação)
Colocando o nome na lista de desconto até as 17h do dia do evento: daleonibar@gmail.com
Mulher é VIP até meia noite
Onde: Rua Augusta 591
Classificação Etária: 18 anos 
Acesso para Deficientes
Outras informações: (11) 3926-3495


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Percussionista do Nação Zumbi lança disco de estreia com show em São Paulo