Ahmed é um taxista iraquiano e um defensor do presidente Saddam Hussein. Como o governo de seu país, ele acredita que os Estados Unidos são o inimigo do Iraque.
Mas enquanto perambula pelas ruas de Bagdá dentro de seu velho carro, há apenas uma rádio que ele sintoniza para ouvir as últimas notícias: a nova estação do governo norte-americano com transmissão em árabe.
Muitos iraquianos estão sintonizando a Radio Sawa para saber notícias em um país onde toda a mídia é controlada pelo Estado.
“Sintonizo principalmente por causa das notícias “, disse Ahmed. “As notícias são rápidas e eles se concentram no Iraque. Então, quando estou no táxi fico atento aos acontecimentos ouvindo a Sawa sempre que posso.”
Nos carros, casas e cafés, cada vez mais pessoas estão ligadas na Sawa — que quer dizer Junto — devido à expectativa de um possível ataque dos Estados Unidos ao Iraque.
A rádio começou a ser transmitida há menos de cinco meses, no lugar do serviço em árabe da Voz da América, para tentar melhorar a imagem dos Estados Unidos no mundo árabe. Ela toca também músicas ocidentais e árabes, com notícias a cada meia hora.
Muitos árabes agem de forma cautelosa em relação a Washington por causa das demostrações de apóio a Israel e da política anti-Iraque.
Mas a Sawa diz no seu web site que está comprometida a divulgar notícias “precisas, objetivas e completas”.
A estação tem um correspondente reconhecido por Bagdá que regularmente participa de matérias e é transmitida na Jordânia, Kuweit e Emirados Árabes Unidos. No Iraque, a transmissão é melhor captada durante a noite.
Enquanto os ouvintes de outros países árabes demostram mais interesse nos lançamentos musicais, iraquianos parecem querer mais notícias.
“Toda noite eu escuto a Sawa. Lá tem boa música, mais eu quero saber principalmente o que está acontecendo no mundo. Escuto a Sawa assim como o serviço em árabe da BBC”, disse Mohammed, bebendo um chá em um café de Bagdá.
“(A estação) nos conta o que os norte-americanos estão dizendo e pensando, então nós sabemos o que está se passando”, disse um amigo de Mohammed, que não quis se identificar.