Rico Dalasam

Oga Mendonça/Divulgação Rico Dalasam

Enquanto prepara seu primeiro álbum, que deve ser lançado em junho e está entre os mais esperados da música brasileira este ano, Rico Dalasam inaugura uma nova fase em sua carreira nesta sexta (15). Com banda e participação especial de Thiago Pethit, o paulistano de 26 anos que foi o primeiro rapper gay, negro e periférico a conquistar espaço na mídia, apresenta-se no Sesc Pompeia.

Após ter sido notícia em todo Brasil e feito sua primeira turnê internacional em 2015, passando por Estados Unidos, Inglaterra, País de Gales, Venezuela e caído nas graças de monstros como Caetano Veloso, Criolo e Daniela Mercury, Rico ganhou musculatura para ir de promessa à realidade, conquistando fãs e movimentando cifrões. Nos próximos meses, ele subirá aos palcos ao lado de convidados para o show Fervo do Dalasam.

“Na gringa, a cena existe”, resume Rico Dalasam, sobre a diferença entre o queer rap do Brasil e do exterior. “A semelhança é que é cada um no seu castelo”, aponta. Nós trocamos uma ideia com rapaz do Taboão da Serra fadado a se tornar uma estrela internacional e ele falou sobre o novo show, a emergência de outros talentos gays, entre outros assuntos.

É verdade que você montou uma banda? Quem são os músicos que vão tocar com você nesse show e por que optou por essa formação: Se inspirou em outros rappers ou isso é resultado do seu gosto e do seu interesse por outros gêneros?
Rico Dalasam – O novo show que estreio no dia 15 de janeiro vai experimentar um formato que eu não tinha trabalhado até hoje. Além do meu DJ, agora terei uma percussão, baixo e sintetizador. O objetivo é levar um trabalho ainda mais enriquecido ao público. Apesar de eu me ver MC, não possuo um senso de pertencimento a um lugar específico. E vejo isso como um ponto muito positivo, que vai me permitir mostrar, cada vez mais, novas experiências musicais dentro do meu trabalho.

Rico Dalasam

Erico Toscano Rico Dalasam

Fale um pouco do Thiago Pethit, por que resolveu chamá-lo pra essa participação e o que o pessoal pode esperar desse show no Pompeia?
Dalasam – Em janeiro de 2015, fui ao meu primeiro show do Thiago a convite dele. Era o lançamento do seu CD. Me amarrei demais na atitude dele, em sua música e, a partir dali, a gente foi conversando e pensando em criar uma data como esta. Já nos encontramos em festivais em que dividíamos o mesmo palco, mas em momentos diferentes e, cada vez mais, a vontade de fazermos um show juntos foi aumentando. Acho que nos identificamos na insatisfação com o que está posto, com os sensos de normatividade. O Pethit vai inaugurar o meu novo formato de show, no qual o Fervo do Dalasam convida artistas de gêneros distintos, promovendo um diálogo com minha música.

Rico Dalasam

Erico Toscano Rico Dalasam

Outro músico gay, negro e periférico, o Liniker, apareceu como aposta pra 2016. Crê que isso seja reflexo da sociedade mais aberta ou isso ocorre meio que na marra, graças à exposição que você, Thiago, Luana Hansen, Daniel Peixoto, Jhonny Hooker? Sente-se parte de uma cena queer brasileira? Em que ela se difere da cena queer gringa?
Dalasam – Durante todo o ano de 2015, passei apontando essa tendência. Existe uma geração Dalasam no invisível e no profundo do país. Nos próximos episódios, essa geração se revelará e será do tamanho de suas vozes. Todos esses que você citou têm suas contribuições dentro da cena a que pertencem e dentro da cultura nacional. Eu me sentir parte é sempre uma coisa difícil. Eu não me sinto parte dentro de casa, que dirá na rua. E um dos meus orgulhos moram aí: existir sem se sentir parte e com todas as chances de ser o que quiser na vida e na música. Comparando as cenas, a diferença é que na gringa a cena existe e a semelhança é que é cada um no seu castelo.

SERVIÇO

Rico Dalasam com participação especial de Thiago Pethit
Onde. Choperia do Sesc Pompeia
Quando: Sexta (15), às 21h30
Quanto: R$ 6 (credencial plena/trabalhador no comércio e serviços matriculado no Sesc e dependentes), R$ 10 (pessoas com +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino) e R$ 20 (inteira).
Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 18 anos.
SESC Pompeia – Rua Clélia, 93.
Não tem estacionamento
Site: sescsp.org.br/pompeia


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Rico Dalasam estreia show no Sesc Pompeia e recebe Thiago Pethit