Em seis álbuns de estúdio, o objetivo de Shakira sempre foi o mesmo: divertir. Sem compromissos com pontos de vista políticos e sociais e sem preocupações estéticas específicas, a cantora colombiana desenvolveu um estilo que tem como principal característica a leveza – você ouve uma música de Shakira para cantar juntar, sorrir e deixá-la para trás no momento seguinte.

Seu sétimo álbum, Sale El Sol, é talvez o que melhor represente essa sonoridade descompromissada, conseguindo aliar hits dançantes e radiofônicos com baladas mela-cueca que combinam perfeitamente com a voz exagerada de Shakira.

O álbum começa com a faixa Sale El Sol (que significa “o sol já saiu”), que dá o tom inspirador e otimista para a música seguinte, o single Loca – este sim escolhido (a versão da cantora é um cover da música Loca Con Su Tiguere, do rapper El Cata) especialmente para render um daqueles videoclipes em que Shakira rebola sem parar.

A faixa mostra que a cantora sempre acerta quando resolve apostar em ritmos simples, dançantes e com toques latinos, passando longe das experimentações com elementos eletrônicos adotados em seu último álbum, She Wolf.

A escolha pela latinidade, aliás, é sempre a melhor opção para o som da cantora – prova disso é a música Gordita, colaboração com o grupo de reggaeton Calle 13. O som pesado da faixa, com influências de dancehall, salsa e batidas de hip hop, mostra que, se Shakira resolver arriscar em ritmos menos genéricos, sua sonoridade pode se mostrar muito mais forte e surpreendente do que normalmente.

Além de outras boas músicas, como Addicted To You, Rabiosa e Islands, o álbum traz também uma das faixas mais grudentas da discografia da cantora: Waka Waka, escolhida como tema da Copa do Mundo da África do Sul.

Sale El Sol é um bom álbum por reunir o que Shakira tem de melhor – sua capacidade de fazer os fãs dançarem sem se preocupar com o amanhã – com a possibilidade de uma evolução. É esperar para ver.


int(1)

Shakira acerta em novo álbum de estúdio com hits dançantes e baladas melosas