System of a Down em São Paulo


Créditos: Taiz Dering

O System of A Down fez um show ‘direto e reto’ na Chácara do Jockey neste sábado (1°) em São Paulo. O grupo, formado por Daron Malakian (guitarra, vocais, teclados), Serj Tankian (vocais, teclados), Shavo Odadjian (baixo) e John Dolmayan (bateria), apresentou um extenso repertório comprimido em uma apresentação de cerca de 1h40 minutos.

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Quase uma semana atrás, a popstar Katy Perry apresentou seu som no mesmo local, com uma super produção que contava com fogos de artifício, inúmeras trocas de figurino, carícias em um jovem de 17 anos e cenário de pirulitos e algodão doce. Mas quando chegou a vez do SoaD neste sábado, a banda mostrou que um show não precisa de pirotecnias ou “boa noite, Brasil” em português macarrônico – procedimento considerado padrão na música contemporânea – para agradar seu público.

O máximo de produção na apresentação eram três telões: dois aos lados do palco e um enorme ao fundo, no qual passavam algumas imagens sem muitas mudanças. Não se sabe se o show do SoaD no Rock in Rio neste domingo contará com uma estrutura maior, mas em São Paulo ficou claro que o grupo se preocupa mais em justificar a performance com base em seu setlist.

E que setlist: foram 28 músicas pinceladas dos cinco discos da banda, tocadas sem pausa para bis, com algumas emendadas em um ritmo frenético. O início, com Prison Song – na qual o grupo surgiu com o palco coberto por um enorme pano com o logotipo do SoaD -, foi seguida por B.Y.O.B. (um dos momentos ‘todos cantam’ do show), Revenga, Needles e Deer Dance.

Apesar do grupo ser conhecido pelas visões políticas e sociais das letras de suas canções, em São Paulo o SoaD preferiu não fazer um longo discurso. Serj Tankian limitou-se apenas a comentários um pouco confusos enquanto Malakian dedilhava notas na guitarra, carregadas de efeitos. Segundo ele, fazemos parte de um século que ‘mata muita gente’ com guerras e que ‘apoia a comunidade indígena do Brasil contra o predomínio dos desenvolvimentos desnecessários que estão sendo feitos’. Seriam sobre as obras do País para a Copa do Mundo e Olimpíadas como prioridades à frente de outras medidas mais urgentes?

No mais, o vocalista se preocupou em cantar, tocar violão em Question!, teclados e guitarra nas músicas em que Daron Malakian assumia os vocais principais. Tanto a postura de palco quanto o visual de Tankian contrastam com o de seus companheiros: o frontman fazia trejeitos com os braços no ar e trajava uma camisa de botões branca, ao contrário de seus companheiros, que se igualavam às centenas de camisetas pretas na plateia. Se no rock pesado é mandatório fazer cara de malvado, Tankian quebra esse paradigma no palco, parecendo mais um tiozinho amigável com um cavanhaque estranho.

O público – 25 mil pessoas, de acordo com a assessoria do evento – agitou mais durante os hits Hypnotyze, Chop Suey!, Aerials, Toxicity e no final, com Sugar, que foi emendada numa barulheira apoteótica para marcar a despedida do grupo. A plateia ainda esperou um tempo para ver se aconteceria um bis, mas ele não veio. Por mais que o SoaD tenha tocado tantas músicas, o ritmo nonstop do show deixou muitos fãs querendo mais. E se a banda resolver oficializar a volta com um disco de composições inéditas, ficou mais do que provado que ainda possui um público para prestigiá-lo.

Setlist do show:

01 – Prison Song
02 – Soldier Side – Intro / B.Y.O.B.
03 – Revenga
04 – Needles
05 – Deer Dance
06 – Radio/Video
07 – Hypnotyze
08 – Question!
09 – Suggestions
10 – Psycho
11 – Chop Suey!
12 – Lonely Day
13 – Bounce
14 – Lost In Hollywood
15 – Kill Rock ‘N’ Roll
16 – Forest
17 – Science
18 – Mind
19 – Innervision
20 – Holy Mountains
21 – Aerials
22 – Vicinity of Obscenity
23 – Tentative
24 – Cigaro
25 – Suite-Pee
26 – War?
27 – Toxicity
28 – Sugar


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