(Crédito: Divulgação)

A alma é atormentada, a fala é calma e a voz é de quem acabara de fumar um maço de Derby vermelho. Foi desse jeito que Mark Lanegan atendeu ao telefone, direto de sua casa, nos EUA, para trocar uma ideia com o Virgula Música. É assim que o cantor é; soturno, e é desse jeito que volta a São Paulo neste sábado (30), para um show único no Cine Joia. Acompanhado pela Mark Lanegan Band, ele vem divulgar seu nono álbum solo, Phantom Radio, lançado em 2014. Os ingressos estão à venda.

Brasil, novo disco, estar com 50 anos, Screaming Trees (sua antiga e famosa banda da era grunge), e até a possibilidade de cantar com algum artista nacional, fizeram parte da pauta. Mark não é de muita conversa e é bem direto nas respostas, mas, como ele está prestes a desembarcar em nosso país, se mostrou bem animado em nos visitar novamente. Se liga na conversa:

(Crédito: Divulgação)

Virgula Música: Você veio ao Brasil pela primeira vez em 2009, acompanhando o Greg Dulli, do The Afghan Whigs. O que você lembra dessa vinda?

Mark Lanegan: Foi uma surpresa para mim. Era uma oportunidade que eu não podia desperdiçar, e depois disso eu sempre me diverti quando voltei. Eu lembro que as pessoas eram muito animadas.

E agora, o que você pretende mostrar aos fãs no show de São Paulo?

Bem, será a mesma banda que tocou em São Paulo na última vez, em 2012. Só mudou um guitarrista. Vamos tocar músicas do meu novo álbum, e outras que eu amo. Também haverá algumas mais antigas. Será um grupo de rock fazendo um show de rock.

Os fãs sempre te pedem músicas do Screaming Trees nos shows. Isso chega a te irritar?

De jeito nenhum. Isso nunca foi um problema pra mim. Faz parte do meu passado, e não tenho medo e nem vergonha nenhuma de reviver o meu passado nos shows. Mas, para ser sincero, eu não vejo muitas pessoas me pedindo músicas do Screaming Trees, poderia ser pior, pela relevância que a banda teve. O fãs pedem coisas da minha carreira solo também. Isso é bom.

Mark Lanegan na época do Screaming Trees

O que lhe inspirou para escrever Phantom Radio?

Na verdade não teve uma coisa específica que me inspirou. Foram situações que acontecem comigo e com outras pessoas no dia a dia. Eu fui criando as canções durante esse tempo, enquanto vou pensando nas coisas ao meu redor. Sempre funcionou assim. É desse jeito que eu encontro a inspiração dentro de mim. Com coisas simples.

Eu achei  o novo disco mais pra cima do que os anteriores, com um clima solar e até algumas músicas com ritmos dançantes. Você é um fã de músicas para dançar, e até de música eletrônica?

Sim! No álbum eu usei alguns instrumentos que funcionam bem na música eletrônica, como teclados, sintetizadores e alguns beats, e talvez por isso ele seja um disco mais ritmado. Eu sempre gostei muito do que o Moby faz, o UNKLE e o Basement Jaxx. Sou um fã de música eletrônica.

Você está com 50 anos hoje. Como você analisa sua carreira em poucas palavras? 

Bem….acho que eu não consigo fazer essa analise. Preciso que alguém faça isso por mim (risos).

Mas, olhando pra tudo o que você  já fez, você se sente completo como artista hoje em dia?

Oh, sim! Me sinto satisfeito.

Você é um cara que já cantou ao lado de uma porrada de gente, de PJ Harvey a Isobel Campbell, de Mad Season ao Queens of The Stone Age. Com qual deles você mais gostou de trabalhar?

É verdade, eu já me diverti com muita gente fazendo música. Todos são grandes artistas e grandes pessoas. Eu me sinto sortudo por ter conhecido e cooperado com todos eles.

Mas qual com qual deles você mais se divertiu?

Oh, essa é uma pergunta difícil (risos).

E sobre o Soulsavers, você tem planos e vontade de gravar outro álbum com eles? 

Sim, seria bom, mas não temos planos de fazer uma nova gravação. Eu amo a música que aqueles caras fazem e são meus amigos. Mas, nãos temos planos pra nada agora.

E se algum artista brasileiro lhe convidasse para gravar alguma música, você aceitaria? Ou gostaria?

Um artista brasileiro? Bem, talvez. Alguém daí gostaria de gravar comigo?

Com certeza! Como eles podem te encontrar?

É melhor entrar em contato com meu manager (risos).

Para terminar, como é um dia normal do Mark Lanegan?

É mais normal do que as pessoas pensam. Eu bebo café, brinco com os meus cães e fico um tempo com a minha esposa. Nada extraordinário.

SERVIÇO:

Show: Mark Lanegan 

Quando: Sábado, 30 de maio

Onde: Cine Joia – Praça Carlos Gomes, 82, Liberdade, São Paulo

Abertura da bilheteria: 21h/ Abertura da casa: 22h /Horário previsto do show: 23h

Classificação etária: 16 anos. Só será permitida a entrada de pessoas com 16 ou 17 anos se estiverem acompanhados dos responsáveis legais.

Ingressos: R$ 180,00 (inteira) / R$ 90,00 (meia-entrada)

Locais de venda:

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Créditos: reproducao

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