Instaphoto do SambaBook do Zeca Pagodinho


Créditos: Divulgação
“Estou muito feliz com o que esse povo fez para presentear a mim e a vocês. Um SambaBook em vida!”. Assim Zeca Pagodinho iniciou a noite de quarta-feira (30/04), no show de lançamento do terceiro projeto SambaBook, em que foi o homenageado, na Fundição Progresso, na Lapa, Rio.
 
A casa, lotada, começou cantando os versos de “Camarão que dorme a onda leva”, única música interpretada por Zeca no projeto. Mas o público pode aproveitar muito mais do sambista, que saiu e voltou para o palco várias vezes, intercalando seus números com os dos convidados, e cantou 10 músicas, não só do repertório do novo CD e DVD mas de vários momentos da carreira.
 
Festa nos camarins 
 
Nos camarins, antes do show, o clima era o mesmo das gravações que aconteceram em dezembro de 2014: uma grande festa. “Você tá parecendo um matador!”, solta Zeca quando Marcelo D2 entra para cumprimentá-lo – o rapper estava com jaqueta e chapéu pretos. “Já tô acostumado, o Arlindo (Cruz) disse que eu estava a cara do Tenório Cavalcanti na gravação!”, conta D2, e os dois caemo na gargalhada. E para completar a piada, Zeca sugere que posem para fotos segurando um presunto.
 
Outro convidado feliz da vida e que sempre participa das gravações e shows do sambista era Serginho Procópio, integrante da Velha Guarda da Portela e atual presidente da escola de samba. Na faixa em que a Velha Guarda participou (“Falsa Alegria”), ele dividiu os vocais com Monarco, repetindo a parceria no show da Fundição. “Eu e Monarco sempre cantamos essa música, ele fazendo a primeira parte e eu a segunda. Eu não queria fazer isso pro SambaBook, porque a música é dele, Zeca e Alcino (Correa), mas ele insistiu. E quem sou eu para recusar um pedido do Mestre?”, contou, orgulhoso.
 
Pouco tempo antes de começar as apresentações, Luiz Calainho, sócio da Musickeria, também foi dar seu abraço em Zeca e aproveitou para agradecer a participação do sambista no projeto: “Foi emocionante para mim presenciar sua emoção ao ver o material pronto. Obrigado pela energia!”.
 
Brindando o público com seu copo cheio de Brahma, Zeca foi recebido ardorosamente pelos fãs que parecem ter aceitado bem o show “surpresa”: sem saber quem ia cantar ou não, várias pessoas perguntavam se todos os 24 participantes do projeto iriam aparecer durante a noite. 
 
Depois de cantar “Não sou mais disso”, Zeca chamou os primeiros convidados: “Uma de minhas paixões é a Velha Guarda da Portela. Vem, Mestre Monarco, Surica, que não bebe mais, Áurea, neide, Jana, Serginho Procópio… e vamos embora! Vou deixar vocês só um minutinho!”   
 
Os integrantes da escola de Madureira cantaram “Falsa alegria” e deram lugar, em seguida, para Sombrinha, que interpretou “”Menor abandonado”. Aliás, o único dueto que aconteceu na noite – além do já programado de Diogo Nogueira e Hamilton de Holanda, que interpretaram “Lente de contato” e “Lama nas ruas” – foi o de Zeca com Mestre Monarco. Zeca avisou que queria cantar algo fora do repertório do projeto, uma de Monarco com Ratinho (“que está em outro lugar olhando por nós”, disse) e chamou o parceiro para levar “Coração em desalinho”. 
 
A cada vez que voltava ao palco após a apresentação de um convidado, Zeca brincava com o público e, claro, seus amigos: “Que família! Haja bebida”, “Olha eu aqui de novo, toda hora eu?”, “Esse é bandeira pura! (referindo-se a Marcelo D2). O sambista cantou ainda “Judia de mim”, “Vou botar teu nome na macumba”, “Brincadeira tem hora”, “Uma prova de amor”, “Verdade”, “Se eu for falar de tristeza” e o hino “Deixa a vida me levar”.
 
A noite teve nove convidados – fora os integrantes da Velha Guarda. Alguns cantaram duas músicas, como Nilze Carvalho (“Mutirão de amor” e “Já mandei botar dendê”) e Dudu Nobre (“SPC e “Faixa amarela”). Os rappers Emicida (“Bagaço da laranja”) e Marcelo D2 (“Quem é ela”) completaram o repertório da noite. “Se eu tinha um sonho na vida era estar aqui dividindo o palco com esses caras. Pode ter atér igual, mas não tem lugar melhor no mundo para mim do que esse aqui hoje”, disse Marcelo, emocionado.
 
“Confesso que essa é uma das festas mais bonitas que já participei”, diz Zeca sobre o projeto e o show, antes de chamar todos os convidados ao palco novamente para cantarem juntos “Camarão que dorme a onda leva”. 

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SambaBook: Zeca Pagodinho e convidados fazem show de lançamento do projeto no Rio