Mais de 200 mulheres sofrem mutilação genital no mundo

Reprodução Mais de 200 mulheres sofrem mutilação genital no mundo

“Me falaram: isso é o que fazemos. Eu passei por isso, suas primas, suas tias. Não me falaram exatamente o que era. Se eu soubesse, teria dito não”. A declaração é de Jay Kasmara-Frederick, sobre a experiência de mutilação genital feminina. Ela contou, em entrevista publicada pelo Metro do Reino Unido, sobre como sofreu por conta de tradições em Sierra Leona. Ela teve os órgãos removidos aos 15 anos. 

Na época, Jay pensou que a cerimônia seria uma forma de celebração da chegada aos 15 anos, com presentes e festa. “Não soube de que se tratava de mutilação genital até uma noite antes do evento”, contou. Ela foi levada a um lugar “secreto” pela manhã onde o procedimento foi feito. Jay passou dias desacordada e quando retomou consciência começou a sentir uma dor extrema.

Recuperada, Jay decidiu lutar pelo fim da mutilação genital feminina. Ela se juntou ao Projeto Orquídea (Orchid Project) em uma luta para intervir na atitude de pais e parentes que permitem essa violência contra as adolescentes. O diálogo para mudar a tradição seguida por tanto tempo pelas famílias não é fácil, segundo Jay. Mas o impacto físico e emocional que a mutilação causa na vida das meninas motiva o trabalho. Jay teve que passar por sessões de terapia para restabelecer uma relação de confiança com a família.

A mutilação genital afeta mais de 200 milhões de mulheres, segundo estimativas. O procedimento se consiste na remoção parcial ou total da genitália externa da mulher, por exemplo, retirada do clítoris, dos lábios vaginais e estreitamento extremo do canal vaginal. Entre os motivos para a prática, estão crenças de que o órgão é impuro e intenção de inibir o prazer sexual da mulher. A operação pode trazer diversos riscos à mulher, como infecção, hemorragia, complicações no ciclo menstrual, dor extrema durante o sexo e transtornos psicológicos.

 

 


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Mulher passou por mutilação genital aos 15 anos e luta pelo fim da violência