(Foto: divulgação)

Personalidades trocadas, noitadas sem fim, sexo, prostituição, máfia, traição, fitas VHS e metamorfoses. Tudo isso junto, misturado e virado do avesso fazem parte do filme A Estrada Perdida, do cultuado diretor David Lynch. O longa estreou nos cinemas brasileiros há 20 anos atrás, em 25 de abril de 1997, e teve uma grande contribuição para a cultura pop da época.

Diferente de seus filmes anteriores (Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura PalmerVeludo Azul, por exemplo), em que as trilhas eram compostas pelo músico Angelo Badalamenti, Lynch resolveu pedir ajuda a David Bowie, Trent Reznor, do Nine Inch Nails, e Billy Corgan, do Smashing Pumpkins, que compuseram músicas incríveis para o longa. Óbvio que Badalamenti não ficou de fora, mas quem reinou foi o rock mesclado com a eletrônica do finalzinho dos anos noventa.

Na trama, Fred Madison, interpretado por Bill Pullman, desconfiava que sua mulher, Renee Madison, vivida lindamente por Patricia Arquette, estava o traindo enquanto passava noites à fora tocando saxofone nos bares de Los Angeles. Após ir a uma festa e conhecer um homem misterioso, tudo mudou em sua vida, inclusive a cabeça do telespectador. A verdade é: se você entendeu algo do filme, é um caso a ser estudado, pois achamos que nem o próprio Lynch sabe o que fez. E essa é a graça; as muitas teorias para o que se viu em tela.

Por isso, para celebrar essas duas décadas de um dos filmes mais ‘funde a cuca’ de todos os tempos, ressaltamos o porque ele foi importantíssimo para a cultura pop. Confira:

1.Primeiramente, Patricia Arquette estava divinamente maravilhosa e precisa ser relembrada

Loira

E morena

2. Primeira aparição de Marilyn Manson nas telonas

Em 1997, Marilyn Manson já estava causando nos EUA e Europa com o polêmico álbum Antichrist Superstar, mas ainda não era mundialmente conhecido, principalmente no Brasil. No longa, ele e o baixista Twiggy Ramirez fazem uma ponta interpretando atores pornôs.

3. David Bowie eletrônico

No mesmo mês em que A Estrada Perdida chegou aos cinemas norte-americanos, em fevereiro, o camaleão do rock lançou o álbum Earthling em que caia de cabeça no eletrônico e na drum’ bass. Sua canção, I’m Deranged, já mostrava essa mudança sonora do astro, que como sabemos vivia em constante transformação.

4. Uma das melhores músicas dos Smashing Pumpkins

A banda de Billy Corgan passava por uma fase de mutação e também foi na onda dos aparatos eletrônicos. O grupo tinha acabado de demitir o baterista Jimmy Chamberlin e perder o tecladista Jonathan Melvoin, que morreu de overdose, e precisava seguir em uma direção ‘menos orgânica’. Eye sempre está em listas de melhores canções dos abóboras.

5. Mais uma atuação de Henry Rollins

O ex-vocalista do Black Flack, que além de cantor é ator, apresentador, escritor, comediante, palestrante e ativista, também aparece no filme. Dessa vez como um agente penitenciário. Dizem que o personagem foi inspirado em seu próprio pai.

6. Rammstein, quem? 

Os alemães mais loucos e sádicos do rock eram praticamente desconhecidos por aqui. A inclusão da música Heirate Mich na trilha atiçou a curiosidade de quem a ouvia. Depois disso a história ficou conhecida e se tornaram um dos maiores nomes do metal industrial.

(Não inserimos a cena do filme em que toca a música porque é um tanto sinistra, mas pode ser vista aqui.)

7. O lado pop do Nine Inch Nails

Falando em rock industrial, o Nine Inch Nails, do gênio Trent Reznor, compôs a música tema do filme, considerada uma das mais pop do grupo. Perfect Drug rodava muito na MTV Brasil.

8. Toque brasileiro

Claro que que tinha que ter música do Brasil. Para um momento de descanso, a clássica Insensatez, de Antônio Carlos Jobim.

9. Cena mais aterrorizante de todas

Como falamos acima, a cena mais tensa não tem monstro, fantasma ou gente ensanguentada. David Lynch sabe mexer com a cabeça das pessoas: apenas um diálogo e um telefone celular é o suficiente para fazer o telespectador perder dias e dias de sono.

Enfim, se você ainda não assistiu, corre ver. A Estrada Perdida é David Lynch em seu momento mais pop e freak (se é que isso é possível).


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20 anos de 'A Estrada Perdida': como a obra de David Lynch contribuiu para o pop

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