Nove produções de Brasil, Argentina, México e Paraguai representarão a cinematografia da América Latina no 69º Festival Internacional de Cinema de Veneza, todas elas em mostras paralelas do evento.

O cinema latino-americano chegará à próxima edição do festival, que será realizada entre 29 de agosto e 8 de setembro, com um pouco menos de força que no ano passado e não terá nenhuma produção entre os 18 filmes que disputarão o Leão de Ouro na competição oficial.

A seção Horizontes, que conta com seus próprios prêmios e júri e que dá espaço aos formatos mais inovadores, é a que monopoliza o maior número de filmes latino-americanos, quatro no total, dos quais apenas um é longa-metragem e concorre ao prêmio de Melhor Filme desta mostra.

Trata-se de Leones, coprodução entre Argentina, França e Holanda, dirigida pela cineasta Jazmin López e com Julia Volpato, Pablo Sigal, Macarena del Corro, Diego Vegezzi e Tomás Mackinlay no elenco.

Dentro da Horizontes competirão pelo prêmio de Melhor Curta-Metragem a produção mexicana Las Manos Limpias, de Carlos Armella, protagonizada por Sonia Couoh e Francisco Godínez, e a co-produção de Paraguai, Dinamarca e Finlândia, Resistente, de Renate Costa e Salla Sorri e com o ator Alberto Bonnet.

O curto brasileiro O Afinador, de Fernando Camargo e Matheus Parizi e com os atores Lui Seixas, Norival Rizzo e Sandra Corveloni, fecha a lista de produções latino-americanas nesta seção paralela, na qual o cineasta argentino Mauro Andrizzi se consagrou no ano passado com o prêmio de Melhor Média-Metragem com Accidentes Gloriosos.

Neste ano, no qual o festival volta a estar dirigido pelo italiano Alberto Barbera, após a saída de Marco Müller, os prêmios da seção Horizontes serão três: Melhor Filme, Especial do Júri e Melhor Curta-Metragem.

Fora de concurso, dentro das projeções especiais, será apresentado o documentário franco-argentino El Impenetrable, de Daniele Incalcaterra e Fausta Quattrini, enquanto na seção de Clássicos de Veneza se exibirá o documentário Miradas Múltiples, produção de México, Espanha e França dirigida por Emilio Maillé.

Além das seções paralelas, diretamente administradas pela organização do Festival de Veneza, participam do evento outras produções dentro da chamada Semana Internacional da Crítica e Jornadas de Autor, nas quais o cinema latino-americano costuma ter uma recepção calorosa.

A produção mexicana No Quiero Dormir Sola, de Natalia Beristain, competirá dentro da Semana Internacional da Crítica, enquanto a coprodução de Itália, Argentina e Paraguai, Muta, de Lucrecia Martel, e Tabu, do português Miguel Gomes (com produção brasileira) serão exibidos nas Jornadas de Autor.

Neste ano haverá presença latino-americana também dentro do júri que concederá os prêmios da seção oficial: o cineasta e produtor argentino Pablo Trapero.

Este júri, presidido pelo cineasta Michael Mann e do qual também participará a atriz francesa Laetitia Casta, deverá avaliar a qualidade de filmes como To The Wonder, dirigido por Terrence Malick e com Javier Bardem e Ben Affleck no elenco.

Também dentro da seção oficial estará o último de Brian de Palma, a produção franco-alemã Passion, assim como The Master, dirigida por Paul Thomas Anderson e protagonizada por Philip Seymour Hoffman e Joaquin Phoenix.

O português poderá ser escutado na disputa pelo Leão de Ouro com a produção franco-portuguesa Linhas de Wellington, dirigida por Valeria Sarmiento e cujo elenco conta com o americano John Malkovich e a espanhola Marisa Paredes.


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Cinema latino-americano busca espaço em mostras paralelas de Veneza