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Mara Wilson deixou sua marca nos anos 1990 ao estrelar filmes marcantes como “Matilda” e “Uma Babá Quase Perfeita”. A atriz, que começou a atuar aos 5 anos de idade, era um dos nomes promissores da época, mas atualmente vive longe dos holofotes, dedicando-se à carreira de escritora.

A trajetória como estrela mirim, no entanto, de glamour quase nada teve. Nesta terça-feira (23), o jornal The New York Times publicou um artigo honesto da escritora sobre fama na infância. Nele, ela relata os assédios sofridos pela mídia e pelo público no auge de sua carreira, quando ainda era uma criança.

A artista conta que lhe foi ensinada a “narrativa” que atores mirins teriam um fim trágico. Portanto, desde cedo foi “treinada” para ter a vida mais normal possível para “evitar a queda inevitável”.

Ela então compara sua trajetória com a de Britney Spears, que cresceu sendo pressionada e atacada pela mídia.

“O jeito que as pessoas falam sobre a Britney era e ainda é assustador para mim até hoje. Sua história é um exemplo do fenômeno que testemunhei por anos: nossa cultura constrói essas garotas para depois destruí-las”, apontou. “Felizmente as pessoas estão tomando consciência do que fizemos com a sra. Spears e começando a pedir desculpas. Mas ainda convivemos com as cicatrizes”.

Mara Wilson trabalha atualmente como escritora

Wilson relembra que muitas atrizes adolescentes abraçavam seu lado sexy como um “ritual de passagem” para a vida adulta. “Eu nunca faria isso”, a artista pensava na época.

“Mas eu já tinha sido sexualidade de qualquer forma, e eu odiava isso”, contou.

“Eu nunca tinha usado um vestido acima do joelho. Isso era proposital. Meus pais achavam que isso me protegeria. Mas não funcionou. Desde meus 6 anos, as pessoas me perguntavam nas entrevistas: ‘você tem um namorado?’ Repórteres me questionavam qual ator eu achava o mais sexy e sobre Hugh Grant ser preso por contratar uma prostituta”.

Fora as perguntas inconvencionais para uma criança, Wilson relata que chegava a receber declarações de homens de 50 anos. “Era fofo quando um garoto de 10 anos me mandava cartas dizendo que estava apaixonado por mim. Mas não era fofo quando um homem de 50 anos fazia isso. Antes de fazer 12 anos, havia imagens minhas em sites de podolatria e meu rosto ‘photoshopado’ em sites de pornografia infantil. Todas as vezes eu me senti envergonhada”.

A artista afirma que nunca foi assediada sexualmente na indústria cinematográfica. Mas em sua opinião, “os assédios sexuais sempre vieram da mídia e do público”.

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