Todo mundo lembra da frase “Mas que deselegante!”, não? Sim, não? Foi dita por Sandra Annenberg em 2012 no Jornal Hoje da TV Globo, quando uma transmissão ao vivo da emissora, diretamente da porta de um hospital, foi interrompida por rebeldes que invadiram o cenário e empurraram a repórter Monalisa Perrone.

Pois os nossos amigos dos EUA se inspiraram nos invasores brasileiros e decidiram ser deselegantes sim, e com uma boa razão: detonar a CNN, emissora norte-americana que está cobrindo os eventos tumultuados na cidade de Ferguson, no estado norte-americano Missouri.

O clima está pra lá de tenso em Ferguson, depois do episódio em que o policial branco Darren Wilson atirou em um jovem negro de 16 anos, Michael Brown, matando-o. Piorou depois que a justiça decidiu não indiciar o policial pelo crime.

O resultado é uma onda de protestos, violência, carros incendiados, saques, guerras entre polícia e população. E a CNN lá, cobrindo tudo. Mas alguns manifestantes desprezam o tom da cobertura da CNN, achando que a emissora está sendo parcial (oi, alguém lembrou da cobertura das TVs brasileiras na época dos protestos dos 0,20R$???). E resolveram invadir.

A onda começou quando o repórter Don Lemon disse, em transmissão ao vivo diretamente dos protestos na rua: “Obviamente tem cheiro de maconha no ar!” Na mesma hora um manifestante entrou em cena, gritando “F… CNN!”

A moda pegou e numa outra transmissão surgiu um grupo de várias pessoas gritando em coro, várias vezes: “F… CNN!”

Pelo jeito, a CNN ainda vai escutar muito essa nova ordem mundial. Pelo menos enquanto durar a fase de conflitos em Ferguson e a cobertura supostamente injusta da emissora.


int(1)

'F... CNN!' é o novo grito de guerra que invade as transmissões de TV nos EUA