O Festival de Cinema de Vitoria, cuja 21ª edição terminou na noite de quarta-feira, se consolidou como uma vitrine para os curtas e longas-metragens dos jovens cineastas brasileiros.

“Neste festival o público sai com a sensação de saber qual é a tendência dos jovens criadores brasileiros e perceber para onde quer ir nosso cinema”, disse à Agência Efe o crítico Rodrigo de Oliveira, um dos encarregados da seleção dos filmes exibidos.

Para Oliveira, a seleção de produções de jovens diretores para o tradicional festival da capital do Espírito Santo não é difícil, uma vez que o cinema brasileiro é “cada vez mais jovem”.

“Neste ano apareceram muitas obras com um desejo de frescor, de risco e de novidade. É algo muito lindo de presenciar”, comentou.

A coexistência de obras com uma aposta cinematográfica mais transgressora e outras com um corte mais convencional não afetou a presença de público no festival.

Oliveira considerou este fato como um “êxito rotundo e algo que raramente acontece”, em referência a essa capacidade de conjugar novas apostas que podem resultar menos atrativas para um espectador menos experiente.

Esta festival recebe seu maior reconhecimento dentro do circuito cinematográfico brasileiro por sua mostra de curtas-metragens.

“É um dos mais antigos do país. A mostra competitiva de curtas tem 18 anos e existe desde o tempo em que os curtas só chegavam aqui em formato 35 milímetros. Fomos um dos primeiros festivais a fazer a transição digital”, declarou Oliveira.

Além da tradicional mostra de curtas, também aconteceu em Vitória a 3ª Mostra Competitiva de Longas-Metragens, na qual participaram seis produções brasileiras chegadas de diferentes pontos do país.

A obra mais aclamada no conjunto do festival foi “A história da eternidade”, filme dirigido por Camilo Cavalcante.

A produção foi rodada em Pernambuco e ganhou com três Marlin Azul, nome da estatueta entregue aos vencedores: melhor longa-metragem, melhor direção e melhor interpretação, este último para o ator Irandhir Santos.

Entre os curtas-metragens, a produção carioca “O Clube”, do diretor Allan Ribeiro, foi a mais premiada, com dois Marlin Azul nas categorias de melhor curta e melhor interpretação, prêmio distribuído entre todo o elenco.

“O festival está bem consolidado. A cada ano cresce um pouquinho mais e muita gente quer mostrar suas obras aqui”, comentou um dos membros do júri, o acadêmico Bertrand Lira, que também destacou a seleção das obras por parte da organização, que está “ajudando a melhorar a qualidade” do evento.

A recepção por parte do público de Vitória nesta 21ª edição foi considerada pelos organizadores como “estupenda” devido à boa presença registrada.

Segundo Oliveira, a organização do evento selecionou 76 produções de entre cerca de 560 inscritas para um festival em que se homenagearam os 463 anos de Vitória e a trajetória profissional do ator Paulo José, uma das figuras mais destacadas do cinema brasileiro nas últimas décadas. 


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Festival de Vitória se consolida como vitrine para jovens cineastas