Fotos do filme 127 Hours, de Danny Boyle, com James Franco


Créditos: Getty Images

Mesmo antes de ganhar o Oscar com Quem Quer Ser um Milionário?, o consagrado de diretor de Trainspotting, Danny Boyle, já havia demonstrado interesse em levar a história do montanhista Aron Ralston para as telonas. Em entrevista ao jornal Aspen Times ainda em 2009, ele contou que o primeiro contato aconteceu em 2006.

Para a sorte de todos – a vítima, Danny Boyle, James Franco, que o interpretou, e público – o filme caiu nas mãos certas. Não à toa, foi indicado ao Oscar 2011 nas categorias Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Trilha Sonora, Melhor Canção e Melhor Montagem. Franco arrancou vários elogios da imprensa e o filme teve 94% de aprovação no impiedoso Rotten Tomatoes.  

Baseado em uma história real descrita no livro Between a Rock and a Hard Place de Aron Ralston (que chega às livrarias brasileiras em março), 127 Horas mostra o drama do montanhista, que em 2003 passou cinco dias isolado e gravemente ferido durante uma escalada no cânion Blue John, em Utah. Preso sob uma enorme rocha, ele percebeu que sua única chance de sobrevivência seria uma medida extrema: usando uma lâmina praticamente cega e um alicate, amputou parte do próprio braço direito.

A cena é tão forte, que durante a exibição do filme no Festival de Toronto em 2010, três pessoas desmaiaram e outras passaram muito mal. John H. Fort, crítico da TheWrap, comentou que testemunhou três pessoas desmaiarem e uma ter convulsão na premiere do filme no festival. “Não se engane, as cenas de Aron Ralston tirando o próprio braço para se libertar depois de uma queda estão entre os mais realistas já colocadas num filme, e não é aconselhavel para pessoas com problemas cardíacos”, revelou.

Na última semana, médicos australianos advertiram os cidadãos do país que o filme não é indicado para algumas pessoas devido ao realismo da cena de uma mutilação. O hospital St. Vincent, em Sidney, atendeu durante esta semana três pessoas que sofreram desmaios, vômitos e até um ataque epilético dentro do cinema. Dizem que Boyle já foi até obrigado a pedir desculpas ao público quando seis espectadores desmaiaram durante a exibição do filme no Canadá e nos Estados Unidos.

A tão comentada cena tem incomodado o público, mas esse não parece ser um problema para o ator que viveu a experiência. Em uma entrevista ao jornal inglês Metro, James Franco disse que assiste a sequência sem qualquer problema. Depois de tanta polêmica, a vontade de assistir ao filme aumentou ainda mais, não?

Curiosidades

A história de Aaron Ralston poderia ter sido contada por outra pessoa e com outro ator. Luke Perry, o Dylan McKay da série Barrados no Baile, tentou comprar os direitos, mas teve o pedido negado pelo próprio montanhista. Para o papel de Ralston, ele queria seu ex-colega de elenco na série adolescente, Brian Austin Green, marido de Megan Fox.

James Franco conseguiu ficar com o personagem e de quebra uma indicação ao Oscar. Mas ele não era a primeira opção de Danny Boyle e, sim, o ator Cillian Murphy (Batman Begins e A Origem). Sebastian Stan, o Carter Baizen da série Gossip Girl e que participou do filme Cisne Negro, e Ryan Gosling, segundo o site The Playlist, também estavam cotados. Para o papel de Kristi, Katie Featherston (Atividade Paranormal) era uma opção. Jena Malone (O Mensageiro) e Lake Bell (Sexo sem Compromisso) foram cogitadas para algum personagem feminino.

O verdadeiro Aron Ralston fez um vídeo diário enquanto estava preso no cânion. As filmagens só foram mostradas aos amigos próximos e família e é mantido em um cofre de banco. Antes do início das gravações tanto James Franco como o diretor Danny Boyle foram autorizadas a ver as filmagens, a fim de retratar fielmente os acontecimentos no filme. Eles levaram tão a sério a verossimilhança que usaram a mesma câmera que Ralston usou nos cinco dias.

Múltiplos braços e interiores do braço foram criados para a seqüência da cirurgia, que seria filmada em um dia e meio. Após o primeiro “take”, feito em tempo real, com cerca de 20 minutos, Boyle cancelou o agendamento. Ele sentiu que havia capturado tudo que precisava. O designer de efeitos especiais Tony Gardner trabalhou pesado nesta cena com profissionais da área médica a fim de recriar a perspectiva de Aron.

Quando Ralston foi questionado sobre o quanto o filme foi real, ele disse: “O filme é tão exato e preciso, que se aproxima de um documentário, mas ainda sim é um drama de ficção”. Durante sessão de perguntas e respostas no festival de Toronto, uma pessoa da plateia perguntou sua opinião do retrato na tela e ele chorou. Mal pode falar e foi consolado pelos atores.

Veja vídeo de James Franco comentando as filmagens:

Assista ao trailer:


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