Divulgação ‘Pânico’ coleciona polêmicas

Desde que surgiu na RedeTV! lá em 2003, o Pânico sempre foi considerado um humorístico polêmico, com quadros que tiravam celebridades do sério, como o Sandálias da Humildade, e algumas outras esquetes que desafiavam os limites do politicamente correto.

O mínimo de pudor, combinado com uma sociedade menos combativa a certos preconceitos do que atualmente, fez com que o então intitulado Pânico na TV ganhasse o gosto dos brasileiros e se tornasse um dos programas mais assistidos da TV aberta nas noites de domingo, rivalizando com atrações como o Fantástico, por exemplo.

Só que, de uns tempos pra cá, a coisa mudou.

O programa caiu vertiginosamente na audiência, sofrendo com a debandada de patrocínios e figuras fundamentais do elenco, passando, assim, a apostar em quadros e momentos que repercutiam mais negativamente do que qualquer outra coisa.

O ápice aconteceu no último domingo (4), quando um humorista que imitava o pastor Valdomiro Santiago exibiu seu pênis sem tarja no momento em que uma panicat, de costas, se aproximava. O registro foi feito com close na parte íntima do integrante, o que gerou uma série de críticas.

Band/Reprodução Humorista exibiu pênis no ar

É impossível dizer que houve intenção da produção em realizar o caso de assédio, mas alguns detalhes deixaram o público e a imprensa especializada intrigados. Enquanto atuava com a calça aberta, o humorista fazia piadas machistas com a panicat, comparando-a, inclusive, a um carro, além de estar com a calça toda molhada na parte da frente. A ocorrência aconteceu durante o quadro Poim na Tela, onde Carioca imita o jornalista Datena, e, até essa sexta-feira (9), era facilmente encontrada no Youtube.

Vale lembrar que as televisões abertas possuem concessão pública e, assim, carregam uma responsabilidade social que deveria ser preservada em sua programação.

Mas essa não é a primeira vez que o Pânico polemiza além do aceitável. Abaixo, relembramos outros casos recentes que indicam que o programa já deu o que tinha que dar.

Quando o programa forjou um suicídio em prol de uma pegadinha 

Band/Reprodução Programa forjou suicídio em 2015

Em 2016, o Pânico forjou um suicídio para pregar uma “pegadinha”em Babi Muniz, que estava iniciando uma carreira como funkeira. Na ação, o segurança de Babi se tranca com ela em seu camarim logo após um show e discute com a esposa no telefone. Em seguida, pega uma arma e diz que vai puxar o gatilho, o que faz. A simulação conta até com um rastro de sangue na parede.

Trancada no camarim, ela se desespera e pede por ajuda, até que a equipe do Pânico entra no cômodo e fala sobre a brincadeira. Nitidamente constrangida, ela demora a aceitar a pegadinha.

A reportagem desastrosa na Comic Con 

Band/Reprodução Reportagem na Comic Con em 2015

Na edição de 2015, a reportagem do Pânico fez uma matéria abordando os cosplayers da convenção de forma repugnante e ofensiva. O repórter Lucas Maciel chegou a lamber uma menina em um trecho, o que gerou o banimento da atração do evento e um post de repúdio da cosplayer em questão, além de posicionamento público e contrário ao conteúdo da matéria por parte dos organizadores.

A Mônica Micose 

Band/Reprodução Mônica Iozzi foi alvo do ‘Pânico’

Em 2015, Mônica Iozzi criticou o conteúdo que ela considerava apelativo do Pânico, incluindo a exploração do corpo das panicats. Como resposta, o programa resolveu humilhar a global por conta de sua aparência, criando uma música que dizia “eu invejei, ‘panicats’ têm uma bunda de arrasar… Micose eu tenho, varizes, celulites e espinhas”, onde eles usam uma personagem chamada Mônica Micose como protagonista.

Personagem racista 

Band/Reprodução O “Africano” de Eduardo Sterblitch

Em 2015, o Pânico’s Chef, paródia do MasterChef, exibiu um personagem chamado Africano, interpretado por Eduardo Sterblitch, hoje na Globo. A caracterização, que incluiu blackface, mostrava um homem com hábitos primitivos e que se comunicava através de grunhidos e gritos, utilizando-se de práticas parecidas com as dos historicamente racistas minstrel shows, que humilhavam afro-americanos no século 19.

Piadas de mau gosto com Preta Gil 

Band/Reprodução Pânico perseguiu Preta Gil

Em 2014, o humorista Gui Santana recolheu algumas peças de roupas gigantes em uma reportagem que ele se caracteriza como André Marques, fazendo com que parecesse que elas pertenciam a ele antes de emagrecer. O repórter, então, levou as roupas até Preta Gil e quis entregá-las para ela, que não gostou nada e chegou a desabafar nas redes sociais. Seis anos antes, Preta já havia processado – e ganhado – o Pânico por conta de piadas deitas com ela.

Internautas criticam pegadinha do Pânico com Babi Muniz

O Pânico na Band fez uma pegadinha com Babi Muniz, panicat que lançou recentemente carreira como funkeira, para marcar seu aniversário. Após sair de um show, ela foi surpreendida em seu camarim pelo seu segurança, que na verdade era um ator fingindo discutir com sua suposta esposa ao telefone que dizia tê-lo traído. Ao presenciar a discussão, ela se assusta, principalmente quando homem saca uma arma e diz que vai se matar. Babi tenta intervir e convencer o rapaz a não fazer nada, chegando até a se oferecer para conversar com sua mulher ao celular. O ator então puxa o gatilho e com efeitos especiais, chega a deixar um rastro de sangue na parede. Trancada no camarim, ela se desespera e pede por ajuda, até que a equipe do Pânico entra no cômodo e fala sobre a brincadeira. Nitidamente constrangida, ela demora a aceitar a pegadinha. No Twitter, alguns internautas criticaram o exagero da atração ao mostrar uma simulação tão intensa e outros alegaram ser uma atuação falsa. O que você achou?
Créditos: Reprodução

 


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