No ar desde 17 de novembro, o Globo de Ouro Palco Viva pretende resgatar a magia do Globo de Ouro original – parada de sucessos que a Globo levou ao ar entre 1972 e 1990. O estopim para a criação do novo programa foi o sucesso retrô das reprises que o Viva exibiu – edições do Globo de Ouro transmitidas entre 1988 e 1990.

Mas enquanto as reprises esbanjavam charme vintage (com fartura de cabelos armados, ombreiras escandalosas, maquiagens bizarras, figurinos inacreditáveis e repertório musical deliciosamente trash 80’s), a nova roupagem do programa sofre de uma estranha síndrome, provocada pelas “mutações genéticas” que apresenta.

Estamos nos referindo ao elenco musical convocado pelo programa. Alguns artistas (como Roupa Nova, Guilherme Arantes, Djavan, entre outros) gravaram participações cantando seus próprios hits. Mas outros “roubaram” hits alheios.

Entendemos que nem sempre dá para contar com os intérpretes originais, mas algumas substituições são complicadas… elencamos as mais bizarras!

Rosana vira Anitta

A eterna “deusa” Rosana foi substituída por Anitta para o hit O Amor e o Poder. A força brega e pop da canção original perdeu toda a graça com os arranjos caretas e fracos e a interpretação “comportadinha” de Anitta. Não seria melhor ter chamado logo a Sandy?

Ritchie vira Marcelo Jeneci

Um caso parecido ocorreu com o Menino Veneno Ritchie. O delicioso visual de bad boy cafona do cantor inglês no Globo de Ouro de 1983, além do arranjo pop irresistível da canção Menina Veneno, tornam sua performance antológica. Já a versão de Marcelo Jeneci para o Globo de Ouro Palco Viva é inacreditavelmente fraca. Será que ele estava com sono? E a banda? Menina Veneno virou uma música chata e sem charme…

Kaoma vira Moreno Veloso

Por essa nem Caetano Veloso esperava. O antológico hit Chorando se Foi, do grupo lambadeiro do eixo Brasil-França Kaoma, que encantou corações e mentes no fim dos anos 80, virou uma coisa meio “macumba pra turista” com o arranjo atual, interpretado por Moreno Veloso, o primogênito do velho bardo tropicalista. Alguém explica essa estranha escalação?

Angélica vira Angélica

Não tem como evitarmos essa. A Angélica de 1988, mesmo dublando o hit Vou de Táxi, tinha um frescor juvenil e até um erotismo blasé que fazia toda a diferença – mesmo que no trecho “mas no banho foi só me tocar” ela evitasse a sugestão de masturbação da letra e fizesse um gesto de “dar um toque”, se ligar. A desanimada “Angélida” de 2014 também dublou, mas, por Deus, já que ela ia dublar, por que não usar a gravação original? Em vez disso, ela dubla uma estranha e sinistra gravação, com uma voz grave que parece tudo, menos a voz de Angélica em qualquer época de sua vida. Mistério…

Xuxa vira Xuxa

Não foi só Angélica que virou uma personagem irreconhecível. A Rainha dos Baixinhos Xuxa também passou por algumas transformações nos últimos 25 anos. Assim, o hit Ilariê, que em 1988 era um número que incendiava todo mundo, em 2014 virou uma performance meio constrangedora, com Xuxa cansada e um bizarro time de Paquitas obscuras surgidas não se sabe de onde.


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Rosana vira Anitta, Ritchie vira Jeneci e Xuxa vira Xuxa; confira as mutações genéticas do novo Globo de Ouro