Quem viaja à capital holandesa, se depara em algum momento com o bolinho mágico, aquele que tem um ingrediente especial capaz de levar a trip a outro nível. Na maioria das vezes, esse encontro não é acidental. Mais de cinco milhões de turistas por ano visitam Amsterdam e muitos deles incluem o Distrito Red Light no roteiro. Por que será? É nesse bairro onde está a maioria dos “misteriosos” coffeeshops da cidade. 

Não se deve subestimar a importância dessas lojinhas para os viajantes: uma discussão que cogitava proibir a entrada de estrangeiros nos coffeeshops foi completamente descartada em 2013, por medo que a determinação abalasse a indústria do turismo. Maiores de 18 anos de qualquer parte do mundo são bem-vindos a visitar os coffeeshops, consumir as diversas opções de Mary Jane – apelido para drogas produzidas com cannabis – descritas no cardápio e provar o popular Space Cake.

Por lei, a visita a coffee shops é limitada a duas vezes por dia, mas na prática as coisas funcionam um pouco diferente. Nos coffeeshops, cada pessoa pode comprar até cinco gramas de maconha por dia, é proibido o consumo de bebidas alcoólicas e o uso de drogas pesadas. Quem “passa da conta” após o consumo de cannabis, é convidado a se retirar do estabelecimento.

O coffeeshop Bulldog é o mais famoso do Distrito Red Light, por conta da localização central no bairro, e também por ser o mais antigo da cidade ainda em funcionamento. O local costumava ser uma delegacia. Irônico, certo? Hoje em dia, é possível encontrar vários coffeeshops da marca Bulldog em Amsterdam e até um hotel, o Bulldog Hotel Amsterdam, é operado pela empresa. A principal unidade do Bulldog conta com um espaço médio, um balcão e mesinhas para os clientes. Luz baixa, reggae music e fumaça são coisas que você pode esperar.

Existem opções de coffeeshops para todos os gostos: com uma pegada mais requintada, em bairros chiques, com ambiente intimista, em prédios históricos e por aí vai. A entrada é gratuita e o cardápio, além das opções com cannabis, costuma oferecer bebidas quentes, sucos e refrigerante.

Coffeeshops desde os anos 1970

A história da Holanda com a legalização do uso de cannabis começou nos anos 1970. Na época, os coffeeshops já existiam, mas não de uma forma reconhecida por lei, eram “casas de chá” onde artistas e hippies se reuniam para compartilhar ideias e cigarros de maconha. A chegada de substâncias mais pesadas levou o governo a tolerar a maconha, como medida de controle e redução ao uso de heroína. O movimento dos coffeeshops ganhou força e está até hoje presente no país.

Apesar de ser conhecida como uma terra liberal, a Holanda tem leis que controlam o consumo e comércio de cannabis. Porte de mais de cinco gramas de maconha ou hash pode ser punido com prisão, plantar cannabis em casa não é legal, é proibido fumar maconha em espaços públicos e o uso de drogas pesadas não é permitido.


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Space cake e Mary Jane: por dentro dos coffeeshops de Amsterdam

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